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Ferrovia e o contexto urbano:

Identificada na região oeste do Estado como ‘Alta Paulista’ a companhia representa o prolongamento dos trilhos já estabelecidos na porção central do Estado de São Paulo. Abrindo o novo território, a ferrovia tinha como estratégia a criação de novos municípios e o desenvolvimento de cidades já existentes. Fato identificado a partir da formação e nomeação das cidades que seguiam a sequência das letras do alfabeto, o que demonstra que a companhia planejava previamente a criação de um novo município ao passo que seus trilhos avançavam em meio ao novo território. (RIBEIRO, 2009)

Neste eixo o café representa importância ao desenvolvimento econômico, sendo assim, a crise de 1929 representa um golpe à estabilidade de toda a região. Num espaço organizado a partir de pequenas propriedades, os novos proprietários dedicam-se a outras culturas, entre elas o algodão, milho e a mamona. Neste processo de diversificação a cultura do algodão apresenta seu auge produtivo em 1937, agindo em sobreposição às instabilidades da lavoura cafeeira.

A produção agrícola contava com o forte apoio de cooperativas, que desempenhavam papel fundamental à estruturação dos ciclos econômicos, uma ação exercida principalmente no cultivo do amendoim, provendo aos pequenos produtores adubos e assistência técnica, auxílio nos processos de secagem, armazenagem e comercialização da produção.

O início do processo de industrialização do eixo Paulista esteve fortemente associado à instalação de máquinas de beneficiamento de algodão e amendoim, contando com a instalação de grandes unidades de capital nacional e internacional, como a Sanbra, a Anderson Clayton, Lottus, Esteves Irmãos, Mc Fadden, Matarazzo, entre outras, que conforme descrito anteriormente também foram identificadas na região de influência da Alta Sorocabana.

De modo geral, as unidades de fabricação vinculadas aos ciclos do algodão e amendoim encerram suas atividades no final da década de 1970, em virtude da decadência da agricultura regional. Após este período o processo de industrialização de toda a Zona Paulista passa por um forte processo de modernização, marcante até os dias atuais, trazendo algumas de suas cidades como áreas de destaque.

Cidades como Bastos, Garça, Marília, Pompéia e Tupã passam a exercer papel de destaque no cenário industrial paulista, das pequenas atividades fabris desenvolvidas ao longo da dispersão do modelo ferroviário de transportes, “demonstra hoje a produção industrial pautada na geração de tecnologia, tendo seus produtos exportados para mais de 100 países da Oceania, Américas do Sul, do Norte e Central, Europa, Ásia e África.” (FLAITT, 2012 : 51)

As cidades de menor potencial econômico e maior dependência com as atividades agrícolas e atuação ferroviária apresentam um considerável declínio econômico e de expansão urbana.

Referências Bibliográficas: 

FLAITT, Marcos. 80 anos de Indústria na Alta Paulista. São Paulo: Editora D. Maria. 2009.

 

RIBEIRO, André Luiz. O Avanço da Indústria no Oeste Paulista: Ramal Ferroviário da Alta Paulista. Orientação Bolsa Iniciação Científica. BP.IC. Processo, 08/54741-3, 2009. Orientação Adalberto da Silva Retto Jr.

ALTA PAULISTA
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