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A localidade surge no ano de 1906 e recebe o nome de Presidente Alves em homenagem ao primeiro Magistrado da Nação, Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves. Derrubadas as matas são erguidas as primeiras casas de pau a pique, a cidade se desenvolve em consequência da chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, surgindo simultaneamente à ferrovia, em consequência das possibilidades de urbanização de toda a região. É elevada a município no dia 2 de Dezembro de 1927. Assim como Avaí, a cidade não possui caráter estratégico na linha, seu desenvolvimento ocorre de forma limitada às carências locais, uma vez que o suprimento regional muitas vezes era realizado pelas “Bocas de Sertão”.

 

 Nas palavras de Ghirardello (2002), “como a esplanada da estação ficava relativamente longe do córrego, também chamado de Presidente Alves, o loteamento das ruas da futura cidade se deu atrás e na frente da estação, o que fez com que esta ficasse situada no centro do loteamento”. Ao contrário do ocorrido em Avaí, esta cisão representa a divisão das atividades desenvolvidas na cidade. As pesquisas de identificação do patrimônio industrial do município demonstram que a parte localizada atrás da estação passa a ser ocupada por indústrias e moradias de operários. A ferrovia seguia também próxima ao leito do córrego, apresentando espaço suficiente para o desenvolvimento de atividades industriais. A parte “nobre” da cidade, localizada em frente à estação, contava com um espaço reservado à construção de uma praça pública e à instalação de outros equipamentos, conseqüentes ao desenvolvimento local. A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, constrói uma pequena vila de operários para seus funcionários, localizada nas proximidades de estação. A hierarquização se faz presente também neste exemplo, fato comum a boa parte dos municípios, uma vez que as casas se diferenciavam conforme a patente do funcionário. As tipologias se assemelham as demais encontradas na linha até então.

 

Os maiores índices de desenvolvimento econômico da cidade encontram-se durante o período cafeeiro, sendo marcante a presença de máquinas de beneficiamento do grão no município e nas fazendas, que além do beneficiamento do grão oferecem uma série de benefícios a seus trabalhadores.

 

Merece destaque a Usina Miranda S.A, a fazenda atuava de modo distinto ao cenário da região, além de cultivar áreas de café e atuar em seu beneficiamento, passa também a produzir cana de açúcar, antecedendo um ciclo econômico regional marcante apenas entre as décadas de 60 e 70, com maior força identificada a partir da cidade de Araçatuba. Se instala na região graças a possibilidades de cultivo da cana na região e da existência abundante de água para a produção e geração de energia ao complexo. Seu desenvolvimento é significativo ao ponto de um ramal ser desviado da linha tronco de Presidente Alves até a propriedade, que continha uma estação e armazéns próprios. A importância desta indústria e fazenda se mostra também quando se analisa sua estrutura, em visita as ruínas da unidade em 2008, foram identificadas a presença de escolas, cinema e uma série de outras melhorias, apresentando prédios de significativa estrutura e projeto arquitetônico, característica encontrada apenas em cidades com notáveis índices de desenvolvimento.

 

Referências Bibliográficas:  

GHIRARDELLO, Nilson. À beira da linha: formações urbanas da Noroeste Paulista. São Paulo.Editora UNESP, 2002. In: <http://books.scielo.org/id/z3/pdf/ghirardello-9788539302420-04.pdf> acesso em Maio de 2015

PRESIDENTE ALVES
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