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Localizada próxima à cidade de Bauru, a região hoje compreendida pela cidade de Avaí já apresentava uma pequena ocupação antes da chegada da ferrovia. O primeiro nome dado ao lugarejo foi Jacutinga, nome de um pássaro muito encontrado na região. A cidade recebe a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em 1906, como resultado da inauguração do trecho Bauru - Jacutinga. Neste mesmo período foram fixados limites do perímetro urbano a partir da divisão dos lotes do terreno doado. Em 1919 o lugarejo é elevado a condição de município com o nome de Avaí.

 

Provenientes da cidade de Bauru, os trilhos cortavam o lugarejo ao meio. O posicionamento da estação era localizado a certa distância do Ribeirão Jacutinga, possuindo as quadras localizadas à sua frente. Com um compacto desenho urbano, mesmo com o fato dos trilhos da ferrovia cortarem seu patrimônio ao meio, pode-se notar que na cidade não ocorre à cisão das funções urbanas, uma vez que a distribuição das atividades ocorre de forma homogênea.

 

Muitas vezes “a linha da estrada de ferro, que percorre o espigão, (...) assinala um limite entre propriedades. Dispõe então o fundador do patrimônio unicamente das terras situadas de um lado só da ferrovia. O proprietário acaba entrando no empreendimento, ainda a tempo de aproveitar-se da valorização das terras, porém já muito tarde para forçar a mudança muito sensível na direção do crescimento da cidade. Vê-se então surgirem alguns estabelecimentos industriais e galpões que se aproveitam da proximidade da estação, bairros excêntricos, habitados sobretudo por gente pobre, que não encontra mais lugar na vertente valorizada, em que crescera o patrimônio. Fica, assim, desequilibrada a cidade, relativamente ao eixo ferroviário”. (MONBEIG, 1998: 344)

 

Em função de seu tamanho e expressão econômica mediana, não são encontradas vilas operárias no município. Uma única exceção ocorre no Distrito de Nogueira, um aglomerado próximo, esta localidade era habitada em sua maioria por trabalhadores de uma empresa local o Curtume de Avaí, aberto nos anos 40. Localizada a certa distância do povoado uma pequena formação operária foi criada para os trabalhadores.

 

É marcante a presença de olarias nas proximidades dos rios, uma vez que a argila é uma das grandes riquezas naturais da região. Resultado de sua baixa expressividade econômica, até 1930 a cidade apresenta apenas indústrias rudimentares, sendo somente a partir deste período que uma maior diversificação se faz presente, condicionada ao ritmo e carências do crescimento urbano local.

 

Merecem destaque as Indústrias Anderson Clayton e o Laticínio Nogueira, responsáveis pela prosperidade do local que logo após o encerramento de suas atividades, se vêem em ruínas. Café, algodão e a mandioca, são os produtos agrícolas mais importantes do município, sendo São Paulo, Bauru e Pirajuí seus principais centros consumidores. A pecuária possui significado econômico para o município, ocorrendo também exportação de gado para cidades como São Paulo, Campinas e Bauru.

 

Grande parte de sua produção industrial é destinada ao mercado local, os excedentes eram destinados para as demais cidades da região, principalmente para as cidades dotadas de maiores índices populacionais. Entre as cidades cortadas pela Noroeste, Avaí não possui grande importância comercial na zona Noroeste, sendo sua análise de importância para a compreensão do comportamento de uma cidade sem caráter estratégico de “Boca de Sertão”, principalmente após o término das atividades da Companhia.

 

Referências Bibliográficas:  

MONBEIG, Pierre. Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Editora HUCITEC, 1998. 2ª Edição

AVAÍ
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